4° Bimestre 2010
MASP - Museu de Arte de São Paulo - Assis Chateaubriand
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
José Francisco Borges Por Vinicius 7B nº29
Bibliografia:http://pt.wikipedia.org/wiki/J._Borges
domingo, 29 de agosto de 2010
Nascido na Bahia, filho de pai cafuzo e mãe mestiça, em 15 de novembro de 1940, escultor, desenhista, gravador, cenógrafo, pintor, curador e museólogo.
Histórico:
- Foi aprendiz de marceneiro do mestre Eufrásio Vargas;
- Com 13 anos de idade trabalhou em linotipia e composição gráfica na Imprensa Oficial do expressão;
- Fez a Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, onde teve aulas de gravura com o mestre Henrique Oswald,
- Foi diretor do Museu de Arte da Bahia de 1981 a 1983.;
- Diretor da Pinacoteca do Estado de SP entre 1992 e 2002
Característica de suas obras
Araújo vem sendo considerado um extraordinário escultor. Seu estilo dialoga com movimentos artísticos de toda a história, mas sempre com ênfase nos detalhes que descrevem e valorizam as características africanas.
Trabalhos de Emanoel Alves


Foto 2: O arcanjo da justiça
O que é a xilogravura?
Avaliando a origem da palavra temos:
· Xilo - palavra de origem Grega (“ xýlon”) que significa cobre madeira.
· Gravura - palavra de origem Grega (“graphein”) que significa registro, gravar ou escrita.
Sendo assim, xilogravura é um processo de gravação negativa em relevo, onde o que é gravado não será impresso. Para tal, utilizam-se pranchas de madeira que funcionam como matrizes e ferramentas de corte como estiletes.
Com estas ferramentas é possível cavar na madeira de acordo com um desenho previamente elaborado. A prancha de madeira, já com o desenho estampado, recebe uma camada tinta espalhada por meio de um rolinho de borracha. Após essa etapa, para impressão do desenho, basta colocar uma folha de papel sobre a prancha com a tinta e fazer pressão no verso do papel (o que pode ser manualmente com uma colher de madeira ou por impressão mecânica com uso de uma prensa de cilindro).
A foto abaixo exemplifica isso.

História da Xilogravura
Há uma ligação entre a xilogravura e a história da escrita e do livro.
Desde o início, os homens gravavam suas imagens em paredes de cavernas, depois em barro, pedra, metal, peles, etc.
O homem criou várias maneiras de tentar registrar os fatos de sua vida, para que seu conhecimento fosse transmitido.
Os primeiros documentos encontrados, gravados em pedra são de fatos históricos, códigos de conduta ou formas de registrar conhecimentos já adquiridos.
A xilogravura é de provável origem chinesa sendo conhecida desde o século VI.
AMÉRICA
Origem : Trazida pela imprensa.
Ano: Os espanhóis possuíam o objetivo de transmitir sua fé para os povos americanos colonizados e em 1539, enviou um impressor para a cidade do México.
Destaques: José Guadalupe Posadas no México, lugar onde anos depois surgia o Taller de Gráfica Popular.
BRASIL
Origem: Recife e depois no Rio de Janeiro, pelas mãos de um lisboeta que chegou a imprimir três ou quatro folhetos. Como curiosidade, depois disto, ele teve seqüestrados todos os seus materiais e impressões. A gravura foi introduzida no Brasil com a instalação da Imprensa Régia, do Arquivo Militar e do Collegio das Fábricas no Rio de Janeiro.
A Imprensa Régia e o Arquivo Militar fizeram uso da gravura em metal e o collegio das fábricas utilizou-se de gravuras gravadas em madeira. A princípio essas matrizes eram importadas.
Ano: Somente a partir de 1808 com a vinda da família real, pois até então era proibida a instalação de oficinas impressas. Entre os gravadores que acompanharam a família real não havia xilógrafos – o que não é de estranhar, pois a xilogravura já não era mais utilizada na Europa nessa época. Porém, o que se sabe é que alguns destes gravadores conheciam a técnica da xilogravura tendo inclusive realizado pequenos trabalhos, como gravação em madeira das armas reais. A gravura em metal e, principalmente, a litografia, que cedo chegou ao Brasil, tomam o lugar da gravura em madeira, que volta a aparecer, revigorada, através do uso da madeira de topo.
Destaques: Houve uma tentativa oficial de ensino da xilogravura, abrindo-se a cadeira na Academia de Belas-Artes que, por algum motivo nunca teve existência efetiva. Destaque para a chamada “gravura da arte” com Lasar Segall, Osvaldo Goeldi e Livio Abramo. Esses artistas influenciaram os xilogravadores que lhes seguiram os passos como: Fayga Ostrower, Renina Katz, Poty Lazzarotto, Maria Bonomi, Marcello Grassmann, Gilvan Samico e Newton Cavalcanti.
A xilogravura popular se desenvolveu na literatura de cordel. Quase todos os xilografos populares brasileiros, principalmente no Nordeste do país, provêm do cordel como: José Costa Leite, J. Borges, Amaro Francisco,entre outros.
Como conclusão, podemos dizer que a xilogravura demonstrou ser uma técnica para momentos específicos da história, caracterizados principalmente por crises ou grandes mudanças, sendo uma manifestação popular.
Sapolão na lagoa postado por João Victor Araujo Sautchuk nº13
HISTÓRIA CURIOSA
Entre os folhetos de Cordel que Otacílio publicou estão os seguintes: A Morte do Ex-Governador Dix-Sept Rosado; Versos a Câmara Cascudo; Peleja de Zé Limeira com Zé Mandioca; Peleja do Imperador Pedro II com o Rei Pelé. Todos consagrados junto aos leitores nordestinos.
Otacílio Batista publicou, ainda, vários livros. Entre os quais, destacam-se: Poemas que o Povo Pede; Rir Até Cair de Costas; Poema e Canções; e Antologia Ilustrada dos Cantadores, este último com F. Linhares. Versos de Otacílio foram musicados pelo compositor Zé Ramalho, dando origem à canção “Mulher Nova Bonita e Carinhosa”, gravada inicialmente pela cantora Amelinha e depois pelo próprio Zé Ramalho. A canção foi tema de um filme brasileiro sobre Lampião, o Rei do Cangaço.
Eis o poema de Manoel Bandeira:
Anteontem, minha gente,
Fui juiz numa função
De violeiros do Nordeste
Cantando em competição,
Vi cantar Dimas Batista,
Otacílio, seu irmão,
Ouvi um tal de Ferreira,
Ouvi um tal de João.
Um a quem faltava um braço
Tocava cuma só mão;
Mas como ele mesmo disse,
Cantando com perfeição,
Para cantar afinado,
Para cantar com paixão,
A força não está no braço,
Ela está no coração.
Ou puxando uma sextilha,
Ou uma oitava em quadrão,
Quer a rima fosse em inha
Quer a rima fosse em ão,
Caíam rimas do céu,
Saltavam rimas do chão!
Tudo muito bem rimado
No galope do Sertão.
A Eneida estava boba,
O Cavalcanti bobão,
O Lúcio, o Renato Almeida,
Enfim toda comissão.
Saí dali convencido
Que não sou poeta não;
Que poeta é quem inventa
Em boa improvisação
Como faz Dimas Batista
E Otacílio seu irmão;
Como faz qualquer violeiro,
Bom cantador do Sertão,
A todos os quais humilde
Mando minha saudação.
XILOGRAVURAS DE ABRAÃO BATISTA
BIOGRAFIA DE ABRAÃO BATISTA

Começou sua atividade como poeta popular e xilogravador no ano de 1968, quando o Papa caçou 44 santos católicos. Aproveitando este acontecimento como tema produziu “A entrevista de um jornalista de Juazeiro do Norte com os 44 santos caçados”, que foi um grande sucesso. Juazeiro é uma terra marcada pela religiosidade de seu povo, identificada na fé ao Padre Cícero, e pela densa produção cultural, na literatura, na música, nas danças folclóricas, e no artesanato, que exploram sempre os elementos da natureza, os protetores divinos e as figuras sociais lendárias, tais como o próprio Padre Cícero e Lampião.
Apesar de nunca ter sobrevivido da literatura, ele se dedicou a uma produção intensa que já chegou a 190 títulos de cordel e é uma das figuras mais representativas da literatura de cordel, do artesanato popular tradicional e da cultura de raiz como um todo.
Leva sua produção para várias regiões do Brasil e do mundo, herdeiro dos grandes cordelistas e do Mestre Noza, mestre maior do artesanato Juazeirense, é fundador do Centro de Cultura Mestre Noza e da Associação dos Artesãos do Padre Cícero, que congregam vários artesãos, contribuindo para a organização e valorização da atividade de artesanato na cidade. Sua obra mais famosa é: "O Homem que Deixou a Mulher para Viver com uma Jumenta na Paraíba".
Atualmente ele mantém uma coluna no site www.juanorte.com.br, site de um jornal da região do Cariri.
sábado, 28 de agosto de 2010
Patativa do Assaré por Lucas n°19

Ântonio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Patativa do Assaré.De 5 de março de 1909 a 8 de julho de 2002.Foi poeta popular, improvisador e cantor brasileiro.
Foi uma figura nordestina muito conhecida.Segundo filho de uma familia pobre que sobrevivia da agricultura e ficou cego de um olho por uma doença.Foi alfabetizado com 12 anos de idade e começou a se apresentar em festas e encontros importantes.Aos 20 anos recebeu o apelido de Patativa, por sua poesia ter a beleza dessa ave.Obteve uma grande popularidade nacional, e recebeu diversos títulos e premiações.Patativa dizia que nunca havoa procurado esta profissão.Patativa deixou sua cidade e o trabalho de agricultor e foi morar em Cariri, no Ceará.
Sua primeira publicação foi:Inspiração nordestina,e uma das obras de Patativa do Asaré muito famosa é vaca estrela e boi fubá.
Vaca Estrela e Boi Fubá:
Seu doutor, me dê licença
pra minha história contar
Hoje eu tô na terra estranha,
é bem triste o meu penar
Eu já fui muito feliz
vivendo no meu lugar
Eu tinha cavalo bom
e gostava de campear
Todo dia eu aboiava
na porteira do curral
Eeeeiaaaa, êeee Vaca Estrela, ôoooo Boi Fubá
Eu sou filho do Nordeste,
não nego meu naturá
Mas uma seca medonha
me tangeu de lá prá cá
Lá eu tinha o meu gadinho, não é bom nem imaginar
Minha linda Vaca Estrela
e o meu belo Boi Fubá
Aquela seca medonha
fez tudo se atrapalhar
Eeeeiaaaa, êeee Vaca Estrela, ôoooo Boi Fubá
Não nasceu capim no campo para o gado sustentar
O sertão se estorricou,
fez o açude secar
Morreu minha Vaca Estrela,
se acabou meu Boi Fubá
Perdi tudo quanto eu tinha, nunca mais pude aboiar
Eeeeiaaaa, êeee Vaca Estrela, ôoooo Boi Fubá
domingo, 22 de agosto de 2010
Ilustração do Cordel - Xilogravura
Renina KATZ

Renina Katz Pedreira (Rio de Janeiro, 1925), mais conhecida como Renina Katz, é uma gravurista, desenhista, ilustradora e professora brasileira.
Renina cursou a Escola Nacional de Belas-Artes na década de 1950 e licenciou-se em desenho pela Universidade do Brasil.
Começou a praticar xilogravura com Axl Leskoschek, em 1946. Depois, encorajada por Poty, estudou gravar em metal no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro.
Em 1951, foi para São Paulo e, até a década de 1960, deu aulas de gravura no MASP e na Fundação Armando Álvares Penteado.
Seu primeiro álbum de gravuras, Favela, foi publicado em 1956. Desde então, foi docente da FAU-USP, até 1988.
Postado em 22 de Agosto por Arthur Carvalho 7°B # 3
Fonte : ItaúCultural.org.br
XILOGRAVURA - Definição e Histórico

A xilogravura, conhecida desde o século VI e de provável origem chinesa é a arte de gravar em madeira.
Durante a Idade Média, através das iluminuras e confecções de baralhos se firmou como técnica de reprodução de cópias. No século XVIII, chega à Europa nova concepção revolucionária da xilografia: as gravuras japonesas a cores.
Este processo se desenvolveu no Ocidente a partir do século XX.
No Brasil, a gravura erudita começa em 1912, com a exposição do artista alemão Lasar Sagall, em São Paulo. Gilvan Samico interessou-se pelas xilogravuras dos artistas populares do Nordeste. Nelas, admirou a expressão da criatividade do nosso artista primitivo: as soluções plásticas sintéticas, o traço forte, incisivo, a rude e bela expressividade dos desenhos, o mundo fantástico dos seres míticos e mágicos das concepções ingênuas. Ao lado de sua literatura, essas xilogravuras do cordel refletiam ideais, anseios e sonhos do homem nordestino.
Postado em 22 de Agosto por Arthur Carvalho 7°B # 3
Fonte : http://fotolog.terra.com.br/editora_coqueiro:22 e
http://www.cordelon.hpg.ig.com.br/xilo.htm
A PROFECIA DE SAPOLÃO
Do pobre interior do Sertão
Lá estava ele
Ao lado de Sapolão
Ouça com atenção
Essa história que contarei
Nessa cidade do Sertão
Amaldiçoada pelo rei
Logo começou
E não mais parou
Fez a profecia
E logo se concretizou
Caçado você será
E o desconhecido te salvará
E depois tudo acabará
E você se casará
Perto d Ribeirão
Lá estava o Sapolão
Quando viu Vampa
Um grande vampirão
De dentro das matas
Surgiu um ninja
De dentro das moitas
Surgiu Osdbalda
Uma horrorosa donzela
Que ninguém ligava para ela
Se atirou na frente do sapo
Seu verdadeiro amado
Vampa impiedoso
Com um golpe muito poderoso
Osdbalda atingiu
E ela sentiu
O ninja o fitou
E logo se agitou
Correndo para vingá-la
Ele tropeçou e se esborrachou
O ninja revidou
E Vampa socou
E o derrubou
Que assustado se refugiou
Depois de tudo
Osdbalda despertou
Se casando como sapo
E o beijou
postado dia 22 de Agosto por Arthur Carvalho 7B # 3
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Poesia de Antônio Vieira sobre os Poetas Populares
"A nossa poesia é uma só
Eu não vejo razão para separar
Todo o conhecimento que está cá
Foi trazido dentro de um só mocó
E ao chegar aqui abriram o nó
E foi como se saísse do ovo
A poesia recebeu sangue novo
Elementos deveras salutares
Os nomes dos poetas populares
Deveriam estar na boca do povo
Os livros que vieram para cá
O Lunário e a Missão Abreviada
A donzela Teodora e a fábula
Obrigaram o sertão a estudar
De repente começaram a rimar
A criar um sistema todo novo
O diabo deixou de ser um estorvo
E o boi ocupou outros lugares
Os nomes dos poetas populares
Deveriam estar na boca do povo
No contexto de uma sala de aula
Não estarem esses nomes me dá pena
A escola deveria ensinar
Pro aluno não me achar um bobo
Sem saber que os nomes que eu louvo
São vates de muitas qualidades
O aluno deveria bater palma
Saber de cada um o nome todo
Se sentir satisfeito e orgulhoso
E falar deles aos de menor idade
Os nomes dos poetas populares"
Literatura de Cordel - Definição e Origem
Nessa manifestação o povo canta os costumes, as crenças ou personagens (reais e imaginárias).
Os temas dos livros são geralmente temas populares, como por exemplo: a história do Padre Cícero, a história de Lampião, histórias de Pedro Malasartes, e outros.
Um dos temas prediletos, por incrível que pareça, é a história de Carlos Magno, imperador farncês e um herói da Idade Média, famoso por sua coragem e dos Doze Pares de França.
No Nordeste, os exemplares têm a tiragem mínima de 500 mil cópias e são vendidos nas feiras populares. Recebe o nome de cordel, por serem expostas à venda pendurados em fios de barbante.
A origem da Literatura de cordel é a literatura portuguesa, especialmente dos séculos XVII e XVIII, e de Portugal também veio o hábito de pendurar os folhetos em barbante.
São escritos em forma rimada e alguns poemas são ilustrados com xilogravuras, o mesmo estilo de gravura usado nas capas. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos. Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, como também fazem leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores.