Segundo pesquisadores, o Cavalo Marinho seria um tipo de versão brasileira da commedia dell'arte. O folguedo é um auto que reúne teatro, música e dança e poesia (loas). É encenado durante uma noite inteira. O "banco" é o grupo de músicos que toca sentado, executando instrumentos como a rabeca, o pandeiro o reco-reco e o ganzá. A encenação é executada em uma roda, tradicionalmente composta por homens. Atualmente as mulheres também participam da brincadeira.
São mais de 70 personagens, que podem ser humanos, animais e fantásticos. O auto consta de 63 atos. O Capitão Marinho é quem comanda a cena: é ele quem oference um baile aos Reis Magos. Para isto, contrata dois negros, Mateus e Bastião, personagens cômicos, para tomarem conta do terreiro. Os dois negros são amigos e dividem a mesma mulher, Catirina. No terreiro, os negros passam a se dizer donos do lugar. Então o capitão chama o Guarda da Gurita. Quando a situação é normalizada, surge o Empata Samba interrompendo a festa. Outros personagens de destaque são Ambrósio, Valentão, Matuto da Goma, Mané Joaquim, Véia do Bambu. Há também o Caboclo de Arubá, que é uma entidade sobrenatural que canta todas as linhas de Jurema. Quando entra Mané do Baile, inicia-se o baile, ponto alto da noite. As danças são diversas como maguião, São Gonçalo e coco. O boi surge pela manhã e é dividido entre os participantes.
O auto expressa as condições sociais dos engenhos: o Capitão Marinho representa o senhor do engenho; os negros, os escravos ou trabalhadores; os galantes e damas são as elites que vêm para a festa; o soldado é o representante da lei; o boi é um elemento constante para o homem do campo.
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