MASP – MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO
No Brasil, a década de 1940 caracterizou-se por um período de grande efervescência no plano econômico e político. O desenvolvimento industrial substituiu o ciclo do café, o que criou condições para o crescimento urbano, particularmente em São Paulo, onde havia um único museu voltado à arte, a Pinacoteca do Estado.
Assis Chateaubriand, fundador e proprietário dos Diários Associados, maior conglomerado de veículos de comunicação do Brasil, utilizava-se de sua influência para pressionar a elite do país a auxiliá-lo, entre outras empreitadas, a adquirir obras de arte para formar um museu de nível internacional no Brasil, e, em troca dava a esses empresários anúncios de propaganda de suas empresas em seus jornais e revistas.
Ele pretendia fundar a sede do futuro museu no rio de Janeiro, mas optou por São Paulo por acreditar que aqui teria mais sucesso em arrecadar os fundos necessários para formar a coleção.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a Europa em reconstrução, muitas coleções de arte eram postas à venda e com o aumento das ofertas, os preços das obras caíram.
Embora apreciador de arte, era leigo no assunto. Assim, para movimentar-se nesse mercado, selecionando peças de alto valor e com garantias de autenticidade, convidou o italiano Pietro Maria Bardi para auxiliá-lo.
Bardi mudou-se para o Brasil com sua esposa, a arquiteta Lina Bo Bardi.
O museu foi inaugurado em 02 de outubro de 1947, no Edifício Guilherme Guinle, na Rua Sete de Abril e foi uma das primeiras instituições do mundo a atuar com perfil de centro cultural, com salas de exposições e auditório, diferente da idéia de museu como simples depósito de obras de arte.
O prédio onde hoje se localiza o MASP foi projetado por Lina Bo Bardi que, ao passar em frente ao terreno, cujo prédio, o velho Trianon, que havia ali fora demolido para a construção de um salão de baile pela Prefeitura, teve certeza de que aquele era o lugar onde o museu deveria ser construído.
Ela, em seu projeto, respeitou a exigência do doador do terreno à Prefeitura, o engenheiro Joaquim Eugênio de Lima, de sempre manter a beleza do mirante que se via dali. Essa exigência acabou se tornando a pedra fundamental do futuro vão livre: o prédio, suspenso sobre quatro colunas ligadas por duas gigantescas vigas de concreto, com 8 metros de altura, mantém o belvedere, com vista para o Centro da cidade e para a Serra da Cantareira, através do vale da Avenida 9 de Julho.
Foram 12 anos entre projeto e execução. Foi inaugurado em 07 de novembro de 1968, com a presença da Rainha Elizabeth II da Inglaterra.
Somente em 1990 as colunas foram pintadas de vermelho, obedecendo ao projeto original de Lina Bo Bardi.
Na reforma de 1997, o prédio recebeu um terceiro andar no subsolo, onde está hoje a reserva técnica, que abriga as peças do acervo que não estão em exposição.
Por Guilherme Rizzo 7º B - nº 12